Uma adolescente de 16 anos, estudante do curso de Engenharia de Agronomia na Universidade Federal do Ceará (UFC), relata que foi agredida em sala de aula na noite dessa segunda-feira, 12. A família, que também denuncia preconceito, registrou Boletim de Ocorrência (B.O.) na Delegacia de Defesa da Mulher.
O caso aconteceu por volta das 19h30min, quando o professor, em uma aula de física, chamou a aluna para fazer uma demonstração prática sobre força. Ele pediu para que a jovem ficasse de costas e a empurrou três vezes seguidas.
Após o terceiro ato violento, ele teria dito frases como “ela gosta” e “porrada por trás sempre é gostoso”. O professor ainda teria agarrado e levantado a estudante por trás. Para a família, o crime aconteceu pelo simples fato de ela ser mulher.
A mãe da aluna classifica o ocorrido como “irracional e violento”. Para ela, o caso foi gerado por preconceito. Além de ser do sexo feminino, a estudante é de dupla nacionalidade: brasileira e japonesa.
“Minha filha foi humilhada, subjugada e violentada em sua condição feminina em plena sala de aula, diante de todos os colegas de faculdade por um indivíduo que ocupa uma posição de destaque na sociedade”, afirma a mãe, que é delegada da Polícia Civil.
“Nesse momento percebemos que nível social, status, escolaridade pouco importam para definir um criminoso, que o é não por imposição social, mas por escolha própria”, continua.
A família também pretende acionar o Centro de Defesa da Criança e do Adolescente do Ceará (Cedeca), os núcleos de defesa da mulher e o Ministério Público Federal (MPF).
O POVO Online procurou o professor para falar sobre as denúncias, mas ele não foi localizado. A UFC, como não foi notificada oficialmente, não pôde repassar os contatos do docente para a reportagem. Em nota, a universidade afirma que “assim que for notificada será aberta uma sindicância para ouvir as partes envolvidas, apurar os fatos e adotar as medidas administrativas cabíveis”.
O POVO opta por não colocar os nomes das pessoas envolvidas para preservar a vítima, que é uma adolescente.
RUBENS RODRIGUES – O POVO Online